Ver Angola

Opinião A opinião de...

Os 60 anos de existência do MLPLA e as Eleições Gerais de 2017

Nkanga Gomes

Nkanga Gomes é licenciado em Sociologia pela Universidade Agostinho Neto

No dia 10 de Dezembro de 2016 o MPLA completou 60 anos de sua fundação, fruto de um longo percurso que contou com a contribuição de nacionalistas, patriotas, anónimos de todas as classes sociais e etnias de Angola.

:

Em alusão, o Bureau Político do MPLA emitiu um comunicado onde espelha resumidamente os caminhos que o MPLA trilhou, os ganhos que o país teve e o estado actual em que o mesmo se encontra. Angola vai realizar as quartas Eleições Gerais de 2017 por um imperativo constitucional, não será fácil para o MPLA, tendo em conta que a sociedade angolana está dividida, uma parte da população quer imediatamente o MPLA fora do poder, alegando culpados da crise económico – financeira, má governação e pela longevidade no poder.

A população entende que o actual Presidente da República de Angola José Eduardo dos Santos, já não pode concorrer as Eleições Gerais de 2017, mas José Eduardo dos Santos pode concorrer sim, porque a Constituição da República de Angola de 2010 lhe confere esse direito, mas a população também está cansada do MPLA. O MPLA, partido que governa Angola desde 1975, diz que é o mais organizado, mais capaz, tem mais quadros, tem sentido de Estado, sempre defendeu Angola e os angolanos nos momentos mais cruéis da história de Angola.

Os partidos e coligações de partidos da oposição de Angola nomeadamente; UNITA, CASA-CE, FNLA, PRS e outros, têm uma oportunidade para poderem mostrar as suas competências políticas e a capacidade de mobilização, envés de estarem acusar o MPLA dizendo, que já preparou a fraude eleitoral de 2017 e tecer argumentos descontextualizados, deveriam aproveitar para se organizarem, porque o discurso da fraude eleitoral em Angola é antiga, todos os pleitos eleitorais que já aconteceram em Angola e o MPLA sempre ganhou, a oposição alega sempre fraude eleitoral. Não será que o MPLA é mesmo, mais organizado? Apesar de uma parte da população mostrar-se descontente?

As Eleições Gerais de 2017 serão as mais difíceis, apesar do MPLA se encontrar numa situação complexa, é importante frisar que uma boa parte da população angolana tem simpatia pelo MPLA, se não é membro do MPLA é simpatizante, é admirador, é amigo, é vizinho do MPLA.

Pode acontecer surpresas, que os actuais descontentes com o MPLA, no momento das eleições podem votar no partido que sustenta o Executivo angolano. É justo reconhecer que o MPLA tem uma capacidade de mobilização e organização muito forte, sabe colocar as peças do xadrez na hora e no momento certo.

É imperioso que a oposição comece a trabalhar, porque alguns ciclos políticos da sociedade angolana têm sustentado que o MPLA vai perder nas Eleições Gerais de 2017, baseando-se em opiniões da sociedade civil e alguns comentários que veiculam nas redes sociais. Não nos esqueçamos que as intenções de votos podem alterar bruscamente, até chegar o dia das eleições muita água vai correr de baixo da ponte.

As eleições presidenciais de Setembro de 2016 nos Estados Unidos da América entre os candidatos Dunald Trump e Hillary Clinton, todos acreditavam que Clinton ganharia as eleições presidenciais americanas, no final o povo americano decidiu que Trump tinham de ser o Presidente dos Estados Unidos da América, Trump venceu e o mundo ficou surpreendido.

Quer dizer que a oposição política em Angola, não pode ficar descansada e muito menos dormir na sombra da bananeira, pensar que as insatisfações de uma parte da população angolana com o MPLA, determina a perca das Eleições Gerais de 2017 é uma utopia. Os partidos da oposição em Angola estão dentro da organização, preparação de todo pleito eleitoral, desde a Lei Orgânica das Eleições Gerais, o Plano de Tarefas para preparação, organização e realização das Eleições Gerais de 2017, incluindo o registo eleitoral. Os angolanos têm acompanhado essas informações, nos diferentes meios de comunicação social de Angola e de outros canais internacionais.

Caso o MPLA, vença as Eleições Gerais de 2017, a oposição pode dizer que é fraude eleitoral, inclusive o povo angolano está agastado com o partido no poder. Apesar das opiniões divididas, os eleitores procuram votar nos partidos que apresentam melhores Programas de Governação, é pertinente prestar atenção a este pormenor. Os eleitores procuram também que os partidos políticos lhes garantam segurança e acima de tudo demonstrem a sua capacidade organizativa e coesão política.

A este artigo articulamos alguns estratos do comunicado do Bureau Político do MPLA emitido em 10 de Dezembro do ano em curso “o 10 de Dezembro de 1956 é uma data digna de figurar na história de Angola, por ser o marco da tomada de consciência e da união dos diferentes status sociais que constituem o tecido nacional, pois foi nessa ocasião que foi divulgado o histórico manifesto do MPLA, que indicava a luta revolucionária como o único caminho para o povo angolano libertar-se do colonialismo português.

Como maior partido de Angola, o mais capaz e o mais organizado, O MPLA nasceu da esperança de todo um povo e foi forjado na sua própria coragem, tendo se transformado quantitativa e qualitativamente ao longo da sua existência de um Amplo Movimento Popular de Libertação de Angola, o MPLA transformou-se em partido selectivo e posteriormente em partido de massas e de quadros para vencer todo os desafios e realizar a sua missão política e social de cada etapa histórica.

O MPLA é o elemento catalisador que conduziu a vitória sobre o colonialismo e a conquista da independência nacional de Angola, sobre a firme liderança do saudoso Camarada Presidente Agostinho Neto, refundado em 10 de Dezembro de 1977, como partido, pois fim as agressões militares externas, garantiu a conquista da paz e tem vindo a consolidar o Estado Democrático de Direito.
Tudo isso foi obtido graças a bravura de milhares de filhos da pátria angolana, a dedicação dos seus dirigentes em várias etapas, a qualidade, responsabilidade e honestidade dos quadros e ao sentido de fidelidade de milhões de militantes aos princípios que juraram defender.

Sendo depositário da confiança de muitas gerações, o MPLA celebra o 60.º aniversário da sua fundação com um sentimento de orgulho pelas vitórias conseguidas para o povo angolano e de reflexão pela enorme responsabilidade, resultante do lugar singular que a história de Angola e as aspirações do povo lhe conferem.

Angola está a viver momento crucial, actual situação económica, financeira motivada pela queda brusca do preço do petróleo no mercado internacional, está a causar constrangimentos à economia angolana e a população em geral, colocando-a perante grandes desafios. Com propósito de analisar a situação política, económica e social do país, o MPLA realizou neste ano o seu VIIº Congresso Ordinário que traçou orientações pertinentes que se traduzem numa melhor coordenação da política macroeconómica, de forma há que se produzam reflexos positivos na execução da política monetária, fiscal e de rendimentos, preços e na economia real.

Como confirmou o Camarada Presidente José Eduardo dos Santos, no seu discurso de abertura da IIª Sessão Ordinária do Comité Central do MPLA a 2 de Dezembro de 2016, a execução da estratégia para a saída da crise, ganhou um novo fôlego, a implementação do programa de adequação do Banco Nacional de Angola e do sistema bancário nacional à legislação nacional, internacional e as boas práticas universais, está no bom caminho, assim como a reorganização e melhoria da gestão da Sonangol.

As comemorações do 60.º aniversário da fundação do MPLA ocorrem alguns meses antes de os angolanos irem as urnas pela 4ª vez nas eleições gerais de 2017, para escolherem os seus representantes através do sufrágio universal directo. Nesta conformidade, o Bureau Político do Comité Central exorta os militantes, simpatizantes e amigos do MPLA e os cidadãos em geral actualizarem ou obterem o seu cartão de eleitor para estarem prontos a votarem em 2017, pois que o objectivo do partido é o de vencer mais esse desafio.

Para o efeito, é imperioso muito trabalho, disciplina e a coesão da grande família MPLA, considerar que a histórica empatia, entre o povo angolano e o MPLA, esteve sempre na base da sua trajectória de luta e de vitórias, o partido enaltece a confiança que os angolanos depositaram em si e reafirma que juntos vamos continuar a trilhar o caminho em prol da realização dos mais profundos anseios dos cidadãos.

Neste momento de grandes constrangimentos a superar, mas também de festa o MPLA renova em nome dos seus militantes, simpatizantes e amigos o seu firme propósito de continuar a lutar em defesa da independência nacional, da consolidação da paz, de reforço da democracia e da preservação da unidade e coesão nacional, para que sejam garantidos os pressupostos básicos necessários ao desenvolvimento, para melhorar a qualidade de vida dos angolanos, para elevar a inserção da juventude na vida activa, para apoiar o empresariado nacional e para reforçar a inserção competitiva de Angola no contexto internacional”.

 

Opinião de
Nkanga Gomes

Permita anúncios no nosso site

×

Parece que está a utilizar um bloqueador de anúncios
Utilizamos a publicidade para podermos oferecer-lhe notícias diariamente.