Esta é uma grande conquista não só para o fotógrafo Edson Chagas e para o seu trabalho, estar na 'Coleção Joachim Zeitz' entre umas estimadas 400 a 500 obras que estão emprestadas ao Museu - o primeiro Museu Africano a mostrar arte estritamente do continente e da diáspora, uma plataforma para os africanos contarem e recontarem a sua própria história. Mas é também um tributo extraordinário aos esforços e êxitos da dupla curatorial Paula Nascimento e Stefano Rabioli. Além de um tremendo reussi para a Arte Contemporânea Angolana. E, acima de tudo, esta é uma grande vitória para Angola com as vantagens que advém da diplomacia e do goodwill cultural, e os benefícios de como Angola é (positivamente) vista no exterior.
Em particular: cobrir quase inteiramente um dos nove andares do Museu; ser visitado por uma estimativa de 200 mil pessoas por ano; e, ter a possibilidade de ver a sua obra emprestada a outras coleções e outros museus ao redor do mundo. Resta agora saber se servirá de catalisador de curiosidade e pesquisa ao trabalho de outros artistas Angolanos e, ao fazê-lo, abrir o caminho para eventuais aquisições futuras desses mesmos artistas?
Um bom exemplo disso foi há dois anos atrás, uma equipa curatorial do Museu Tate Modern, do Reino Unido visitou Luanda, e pesquisou uma série de ateliers na capital e falou com inúmeros agentes do mundo das artes: desde artistas, passando por curadores e até mesmo colecionadores. Essa visita trouxe frutos - quase de imediato uma obra do Kiluanji Kia Henda foi adquirida para a Colecção do Tate Modern.
Por isso, é importante que ainda mais vitórias destas venham depois do Kiluanji e do Edson para que a Arte Contemporânea Angolana se mantenha no mapa internacional de forma coerente e consistente, e pertence de colecções fortes nacionais e internacionais, de forma a ser condignamente exposta e comunicada ao público.
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