Em conferência de imprensa, em Luanda, a coronel Marlene da Fonseca, que vai chefiar o exercício conjunto, referiu que o evento será realizado, em duas fases, de 4 a 15 de Dezembro, sendo a primeira virada para formação e a segunda para a prática.
O Exercício Médico Militar Trilateral, denominado Pambala 2017, será realizado, na componente prática, entre 9 e 15 de Dezembro na cidade de Caxito, no Bengo.
Segundo Marlene da Fonseca, o objectivo principal é garantir prontidão médica militar, para uma resposta efectiva, a casos de doenças hemorrágicas (ébola e marburg) altamente contagiosas, através de uma intervenção multissectorial.
"É preciso ver que também ultimamente há muita mobilidade das tropas, que estão sempre em movimento para cumprir os compromissos dos Governos e podemos ter tropas nossos também nas fronteiras, onde de facto existem essas doenças e precisamos de estar preparados", apontou a responsável, indicando igualmente a imigração ilegal, a vaga de refugiados, como fortes motivos para a melhoria das capacidades.
O promotor do exercício é o Estado-Maior General das Forças Armadas Angolanas, que conta com os parceiros nacionais da Direcção Nacional de Saúde, Polícia Nacional, Serviço Nacional de Protecção Civil e Bombeiros, Instituto Nacional de Emergências Médicas, Serviço de Migração e Estrangeiro, os Governos Provinciais de Luanda e do Bengo.
Marlene da Fonseca informou que de 4 a 8 de Dezembro está previsto um período de formação a ter lugar no Hospital Militar, com a realização de um curso sobre doenças tropicais, nomeadamente malária, zika vírus, febre tifóide, tripanossomíase, para os parceiros internacionais, 27 da Guarda Nacional de Ohio, nos Estados Unidos, e 13 da Sérvia.
"A Guarda Nacional de Ohio vai potenciar-nos em algumas matérias de doença por vírus ébola, nomeadamente na gestão de funerais e da logística", salientou.
Na segunda fase, em dois bairros da cidade de Caxito vão ser prestados cuidados primários preventivos e curativos de saúde, que vão englobar actividades preventivas como saneamento, higiene, saúde reprodutiva, cuidados pré-natais a mulheres grávidas violência doméstica, campanhas de vacinação, despistes de doenças crónicas não transmissíveis, nutrição e diabetes, além do tratamento das doenças correntes.
Neste exercício participam igualmente observadores pela Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), da Costa do Marfim, Mali, Lesoto, pela NATO, Portugal e Hungria, e pela Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), Portugal.
A província do Bengo foi escolhida por ser o posto de vigilância, para doenças como a do vírus ébola, que a chegar a Angola, virá pelo norte do país, pela proximidade com países fronteiriços, nomeadamente a República Democrática do Congo.
"Nós estamos na cintura do flavo-vírus e tivemos também em 2005 a epidemia do marburg, a província do Bengo constitui um posto de vigilância da bacia do Cuango", frisou.