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Oposição recebe exonerações de João Lourenço sem surpresa

As duas principais forças políticas da oposição, UNITA e CASA-CE, convergiram, sem surpresas, nas reacções às sucessivas exonerações de administrações nas empresas públicas feitas pelo Presidente da República.

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Para a União Nacional para a Independência de Angola (UNITA), o maior partido da oposição, as exonerações e nomeações ocorridas nas últimas semanas "não surpreendem" e já eram de "esperar".

Em declarações à agência Lusa, o porta-voz da UNITA, deputado Alcides Sakala, reagia em particular à exoneração de Isabel dos Santos do cargo de presidente do conselho de administração da Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola (Sonangol) e nomeação de nova administração.

"O que nós temos vindo a acompanhar é esta tentativa de o Presidente eleito, agora, formar a sua equipa. Em democracias são processos normais. Não estamos surpreendidos com esta reestruturação, isto vem um pouco na lógica do que ele próprio tem vindo a dizer ultimamente", disse Alcides Sakala.

Para o dirigente da UNITA, trata-se de uma estratégia do novo chefe de Estado para afirmar o seu poder, ao suceder a 38 anos de liderança em Angola de José Eduardo dos Santos.

"É verdade que há de um lado esta bicefalia do poder, o antigo regime teve também a sua estratégia, que levou o país ao actual caos económico que vive e naturalmente o novo Presidente eleito vai montar a sua estratégia, por isso não estamos surpreendidos", referiu.

Para Alcides Sakala, o país "tem que se abrir" e assim transformar-se numa "sociedade normal", porque viveu durante muito tempo "asfixiada naquilo que eram as liberdades fundamentais dos angolanos, assim como a própria Lei da Probidade Administrativa".

O também deputado à Assembleia Nacional recorda que há uns anos o parlamento aprovou a referida lei, mas nunca se deu atenção àquilo que era aprovado no âmbito do processo legislativo.

"Temos boas leis sobre muitas questões, mas que nunca se aplicam. Eu penso que o Presidente apenas tem vindo a cumprir com os ditames da Constituição. É uma nova era e não havia alternativa", frisou.

Por seu lado, o vice-presidente da Convergência Ampla de Salvação de Angola - Coligação Eleitoral (CASA-CE), deputado Lindo Bernardo Tito, considerou que estas exonerações não representam "substancialmente nada", a não ser "o exercício de poderes constitucionais conferidos ao Presidente da República".

"Ou seja, o que ele está a fazer agora é tentar buscar as pessoas da sua confiança para integrar na administração directa e indirecta do Estado e tirar aquelas pessoas que não lhe são da sua confiança", disse.

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