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Fundo Soberano de Angola com resultado líquido de 44 milhões em 2016

O Fundo Soberano de Angola (FSDEA) alcançou, em 2016, um resultado líquido de 44 milhões de dólares e uma redução de despesas operacionais de 40 por cento comparativamente a 2015.

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Em comunicado de imprensa, o FSDEA refere que foi realizada, pelo quarto ano consecutivo, uma auditoria pelas empresas Deloitte e Touche, que realça o alcance de lucros, pela primeira vez, em menos de quatro anos do início das operações, em Outubro de 2012.

A nota sublinha que os rendimentos resultam de uma "política de investimento prudente e do retorno positivo dos investimentos no ramo da agricultura e das infra-estruturas".

Em 2016, os activos totais do FSDEA passaram de 4,75 mil milhões de dólares, em 2015, para 4,99 mil milhões de dólares, em 2016, tendo 58 por cento da carteira total sido dedicada a activos na África subsariana, 10 por cento na América do Norte, 12 por cento na Europa e 20 por cento no resto do mundo.

Os investimentos líquidos espelham ainda um resultado de 22 milhões de dólares, enquanto os investimentos líquidos de rendimento fixo estão avaliados em 1,1 mil milhões de dólares, representando 22 por cento da carteira total.

Relativamente aos investimentos líquidos de rendimento variável estão avaliados 695 milões de dólares, uma representatividade de 14 por cento da carteira total, e os investimentos de ‘private equity’ aumentam, desde 2015, 0,26 mil milhões de dólares.

De acordo com o comunicado, os principais ganhos dos sete fundos de investimentos dedicados a ‘private equity’ registam-se no Fundo para Agricultura (0,11 mil milhões de dólares) e no Fundo para Infra-estrutura (0,18 mil milhões de dólares), que contrapõem a depreciação de capital de 30 milhões de dólares registadas nos cinco fundos restantes.

Dos 2,7 mil milhões de dólares dedicados a investimentos de ‘private equity’, 433 milhões de dólares estão investidos em Angola e na região da África subsariana, estando as despesas internas de operação 40 por cento mais baixas que as de 2015.

O FSDEA informa ainda que em 2016, não foi realizada nenhuma dotação adicional de capital pelo executivo.

No que diz respeito aos resultados alcançados, o presidente do Conselho de Administração do FSDEA, José Filomeno dos Santos, citado no comunicado, destaca o facto de aquele principal fundo do país ter alcançado a rentabilidade financeira em menos de três anos de actividade, "apesar do contexto difícil de investimento que se regista internacionalmente desde 2013".

Para José Filomeno dos Santos "os ganhos de capital dos activos do FSDEA confirmam um progresso inquestionável na implementação da política de investimento traçada pelo executivo angolano".

"Orgulhamo-nos pela valorização registada nos investimentos de 'private equity' nos ramos da infra-estrutura e da agricultura, onde predominam acivos importantes para a República de Angola, como o primeiro porto de águas profundas de Cabinda e as fazendas agropecuárias de larga escala", disse o responsável, acrescentando que, em 2016, estes activos contribuíram bastante para os resultados líquidos do FSDEA.

O comunicado refere que, em 2015, o FSDEA foi autorizado pelo Ministério das Finanças a implementar um processo gradual de adopção das Normas Internacionais e Relato Financeiro (IFRS), um processo concluído em 2016.

"O Fundo Soberano de Angola é a primeira instituição angolana a demonstrar o elevado nível de exigência, divulgação e transparência imposto pelas Normas Internacionais de Relato Financeiro", realça a nota.

No âmbito da acção social, o FSDEA dedica até 7,5 por cento do seu capital para programas nessa área, "que têm produzido ganhos socioeconómicos para diversas comunidades e regiões de Angola", através apoios à organizações não-governamentais que operam nos ramos da formação profissional, auto-sustento, acesso à água e serviços de saúde, que beneficiam populações de zonas remotas e periurbanas de Angola.

"Durante os próximos anos, alcançaremos uma valorização crescente dos fundos de 'private equity' nos ramos da infra-estrutura e da agricultura e prevemos que os restantes cinco fundos alcançarão o equilíbrio financeiro", disse José Filomeno dos Santos.

"Em geral, o Fundo Soberano de Angola apresenta hoje resultados satisfatórios, face ao contexto macroeconómico nacional difícil, marcado pela desvalorização da moeda e a volatilidade do preço internacional do petróleo bruto", salientou o responsável, observando que o fundo "já se encontra bem posicionado para continuar a crescer".

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