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Saúde

Fundo Global financia compra de antirretrovirais por Angola

O Fundo Global vai financiar com quase 20 milhões de dólares para a compra de antirretrovirais, face à "gritante limitação” de medicação para tratamento do HIV/SIDA, doença que afecta até meio milhão de angolanos.

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De acordo com uma informação enviada Terça-feira à Lusa por aquela instituição, fundada em 2002 com o objectivo de mobilizar recursos adicionais, para apoiar países de baixa e média renda no combate à SIDA, malária e tuberculose, este novo programa de financiamento a Angola vai vigorar entre 2016 (primeira tranche de praticamente um terço do total a libertar em Outubro) e Junho de 2018.

"O país continua com uma gritante limitação em termos de disponibilidade [de antirretrovirais]. Apensar de não haver roturas a nível central, existem várias unidades hospitalares (…) que vão reduzindo o tempo de entrega. Inicialmente, o paciente recebia para três meses e agora está a receber para 15 dias", refere o Fundo Global.

O fundo prevê um apoio financeiro total de 32 milhões de dólares para combate ao HIV/SIDA no país, a gerir sobretudo pelo Programa das Nações Unidas (PNUD) para o Desenvolvimento, em que 60 por cento da verba será utilizada na compra de antirretrovirais, reagentes, testes e outros insumos necessários, explica a instituição.

A verba restante será utilizada para as actividades gerais de supervisão e monitorização do programa (30 por cento) enquanto 10 por cento do total, equivalente a 3,2 milhões de dólares, será para garantir actividades comunitárias com adolescentes, jovens e camadas populacionais de risco.

Todas as compras ao abrigo deste financiamento serão decididas pelo PNUD e o processo será apoiado no terreno pelo Instituto Nacional de Luta contra a SIDA (INLS), envolvendo o lançamento de concursos públicos para fornecer Organizações Não-Governamentais (ONG) que operam no país.

A taxa de prevalência da doença em Angola é de 2,4 por cento da população, com as autoridades de saúde a estimarem que o país tenha entre 350 a 500 mil pessoas a viver com VIH/SIDA.

Mais de 170 mil são acompanhadas, mas apenas metade recebe tratamento.

Em Luanda, Bié e Cuando Cubango a taxa de prevalência da doença chega aos 5 por cento da população dessas províncias.

A política de saúde prevê a distribuição gratuita de antirretrovirais à população - apesar da "alarmante" taxa de abandono dos pacientes, superior a 20 por cento -, mas segundo o Fundo Global os pacientes são afectados pela "má gestão dos insumos" e medicamentos, o que está "na base" da "situação crítica" dos pacientes.

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