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Abel Chivukuvuku, o candidato dos beijinhos que quer ser Presidente da República

Ocupando o centro de um palco colocado numa praça principal do Kuíto, província do Bié, o speaker de serviço da coligação CASA-CE dá o mote à animação da multidão que aguarda pelo líder: "Ele vem aí, a invasão amarela está a chegar".

Lusa:

Passam das 13h00 e, debaixo de um sol ainda forte, apesar de a época ser de Cacimbo, milhares esperam para ver e ouvir Abel Chivukuvuku, o presidente e cabeça-de-lista da coligação às eleições gerais de 23 de Agosto e à eleição indirecta para Presidente da República.

A chegada ao recinto é apoteótica, por entre música, dança, animação e, claro está, os beijinhos que Chivukuvuku, trajado de azul e amarelo, as cores da coligação, faz questão de dar à multidão. Sobretudo às zungueiras, vendedoras ambulantes que, de norte a sul, se juntam à campanha da Convergência Ampla de Salvação de Angola - Coligação Eleitoral (CASA-CE).

Daí que já seja apelidado popularmente como o candidato do beijinho, que multiplica por entre as passeatas que realiza um pouco por todo o país, mercados e feiras, cativando o eleitorado feminino, mas não só.

"É porque eu sou próximo do cidadão, são meus irmãos e minhas irmãs. Sabe que o voto se conquista, primeiro por convicção, e nós temos o segmento da juventude, que é a que mais apoia a CASA, mas também há o voto emocional e o beijinho também conta", diz, questionado pela Lusa, o candidato que em qualquer comício da única coligação de partidos angolanos todos querem tocar.

Benvinda Ngundo viajou do Huambo para a cidade do Kuíto, capital do Bié, província central do país, para ouvir Chivukuvuku.

"É a solução e a mudança para o nosso país", afirma à Lusa, ainda em êxtase, após ouvir o líder e ainda repetindo uma das frases fortes da tarde e da campanha da CASA. "Muda que muda", numa alusão ao apelo ao fim do ciclo de 42 anos do MPLA no Governo.

Quanto ao beijinho que o candidato distribui, encara-o como natural, pela convicção e força que, diz, transmite aos apoiantes. "É o candidato do povo, beijinhos e abraços para toda a gente", brinca.

No final do comício do Kuíto, missão igualmente cumprida para as gémeas de 19 anos, Augusta e Glória.

"É o partido que mais gosto. Sim, já recebi o beijinho dele. E gostei muito", conta Glória, enquanto segura o filho, de dois meses, ao colo. Aguentaram sob um forte calor pelo discurso de Abel e na opinião sobre o candidato é imediatamente secundada pela irmã gémea, por entre alguma vergonha: "Sim, também recebi".

Mais desenvolta, a irmã Glória não tem dúvidas em classificar o candidato da CASA-CE: "É o homem certo para Angola".

O mesmo confessa Margarida Caluaco, que deixou, por algumas horas, a zunga para ver Abel Chivukuivuku. Pelo caminho, segurando o filho ao colo e por entre milhares de pessoas, lá conseguiu tocar no candidato e o beijinho não faltou. "Gostei muito", atira.

A CASA-CE estreou-se em eleições em 2012, tendo logo chegado ao segundo lugar entre os partidos da oposição mais votados.

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