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Transferência dos primeiros refugiados da RDCongo concluída até final da semana

O processo de transferência dos refugiados da República Democrática do Congo (RDCongo) instalados no centro provisório de Mussungue, na cidade do Dundo, província da Lunda Norte, deverá ficar concluído até Sexta-feira, disse à Lusa fonte humanitária.

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Angola acolhe desde Março deste ano mais de 31 mil refugiados provenientes da província de Kasai, na vizinha RDCongo, que procuraram refúgio em território nacional, mais concretamente na província da Lunda Norte, devido a conflitos étnicos e políticos.

O primeiro grupo de 711 refugiados, instalados no centro provisório de Mussungué, já se encontram desde Terça-feira no novo centro de Lóvua, nos arredores da cidade do Dundo, capital da Lunda Norte, onde estão instaladas 800 tendas e criados 14 furos de água.

Em declarações à agência Lusa, a relações públicas do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), no Dundo, Margarida Loureiro, disse que será feita uma pausa no fim de semana, para arrancar com o centro de Cacanda, onde está albergado o maior número de refugiados.

Segundo Margarida Loureiro, os refugiados são recebidos à chegada pelas agências humanitárias e organizações nacionais, tendo à sua disposição médicos, nutricionistas e oficiais de protecção.

Nas primeiras 24 horas, as pessoas são acolhidas num centro provisório, para repouso, sendo no dia seguinte dirigidas para o lote que lhe é atribuído para a construção do seu abrigo.

Margarida Loureiro explicou que a área comum de acolhimento tem água e luz solar, disponível, devendo mais tarde servir para outras actividades que possam vir.

A responsável informou que o centro é constituído por nove zonas, subdivididas em nove vilas, cada uma com 72 lotes, de 25 metros quadrados.

"Cada família tem direito a um lote, de 25 por 25 metros e aí fazem a sua casa, a sua zona de higiene e a sua horta", disse.

Além dos abrigos, foram já construídas infraestruturas comuns, nomeadamente escolas, igrejas, centros multiusos.

De acordo com Margarida Loureiro, os hospitais foram as primeiras instalações a serem concebidas, estando presentes os Médicos Sem Fronteiras, os Médicos do Mundo e também o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

No centro, o pessoal sanitário está a proceder à revisão das vacinas de crianças e mulheres, bem como dos casos iniciais de malnutrição.

"O processo tem sido bom, obviamente que dá imenso trabalho porque são muitas pessoas, nós levamos as pessoas em autocarros e os seus bens em camiões, mas tem corrido bem", frisou Margarida Loureiro.

Relativamente às crianças que chegaram sem a companhia dos pais ou familiares, a responsável avançou que as mesmas têm atenção especial por parte da UNICEF e do ACNUR.

"Haverá um centro especial para elas e também o que nós depois promovemos são as famílias de acolhimento, que são analisadas, que muitas vezes já têm outros filhos e são famílias que se disponibilizam para tomar conta e são devidamente vigiadas pelos serviços sociais e pela própria comunidade", adiantou.

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