A preocupação é manifestada pelo administrador da empresa, de origem de portuguesa e que emprega cerca de 120 trabalhadores, essencialmente angolanos, numa altura em que a fábrica vende tudo o que produz.
"Estamos cá desde 1996, já passamos por muitas dificuldades, mas como esta nunca sentimos. Estamos a tentar ultrapassar a situação junto das autoridades e da banca", admitiu José Paulo Lei, administrador da Ferpinta Angola.
A falta de divisas nos bancos comerciais tem vindo a condicionar nos últimos meses várias fábricas, que não conseguem importar matéria-prima para laboração.
"Ainda temos cerca de dois meses de produção. Estamos a tentar importar mais matéria-prima, mas deparamo-nos com a dificuldade de divisas para fazer a importação, da Europa, porque em Angola não há [bobines de chapa]", reconhece o administrador da Ferpinta Angola.
A fábrica produz tubos de aço para aplicação na construção civil, em mobiliário metálico ou para equipamentos hospitalares, e apresentou um volume de negócios de 40 milhões de dólares em 2015.
"Tudo o que produzimos, vendemos. Existe procura, mercado, única e simplesmente temos este constrangimento para comprar matéria-prima. Era fundamental, precisávamos de linhas de crédito com o exterior, para podermos importar, porque de resto estamos a laborar normalmente", concluiu José Paulo Lei.