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Desporto

Paulo Silva: “A evolução de um atleta passa obrigatoriamente por competir nos melhores palcos internacionais”

Nasceu no Huambo, há 51 anos, e cresceu no Lubango. Já treina a pontaria desde criança, admitindo que passou a infância de “pressão de ar nas mãos, atrás dos pássaros”, mas quando experimentou o tiro aos pratos, descobriu a sua verdadeira paixão. Paulo Silva, o angolano de pontaria certeira, foi convidado pelo Comité Olímpico Internacional, a participar no Rio2016, como resultado das suas prestações desportivas. O atirador, promete ainda justificar o seu convite, e dignificar o tiro em Angola, com o seu desempenho nos Jogos.

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Paulo, fale-me de si. Onde nasceu e cresceu, que idade tem, os seus estudos...

Nasci no Huambo e cresci no Lubango. Vivi em Portugal durante 5 anos, onde tirei o curso técnico de industrias alimentares. E tenho 51 anos.

Como começou a praticar o tiro?

Desde pequenino que sempre gostei de armas... Passei a infância de pressão de ar na mão, atrás dos pássaros... (risos) Mas resolvi experimentar tiro aos pratos, e nunca mais parei.

Que modalidade pratica, dentro do tiro desportivo, e quais as vantagens e desvantagens de praticar várias modalidades?

Dentro do tiro pratico olympic trap. A vantagem consiste em manter a forma, e a desvantagem é que pode criar alguma confusão mental, uma vez que as outra modalidades de tiro têm diferenças substanciais.

Exerce outra actividade profissional ou dedica-se exclusivamente ao tiro?

Exerço sim. Tenho representações no ramo das comunicações, e também estou ligado ao ramo imobiliário.

Normalmente com que regularidade costuma “calibrar” a sua pontaria? E como são esses treinos?

Procuro treinar sempre antes das competições.

Até hoje, qual foi a competição mais difícil na sua carreira?

Foi sem dúvida a minha primeira olimpíada... Sidney, em 2000.

E qual foi o seu melhor resultado desportivo? Foi a sua conquista mais marcante?

O meu melhor resultado desportivo foi a obtenção dos mínimos olímpicos, 117 pratos, numa taça do mundo no Dubai. Foi esse resultado que me permitiu obter o wildcard, para poder estar presente no Rio 2016. A minha conquista mais marcante, foi ter sido medalha de ouro, nos Jogos Pan-africanos de Argel.

Na sua carreira desportiva, já conta com várias medalhas, e já foi campeão por diversas vezes. Que medalha falta ganhar? Qual é a que mais ambiciona?

Falta-me ganhar o Campeonato Africano.

Como vê esta modalidade em Angola? Há apoio para os competidores? E qual a importância desse apoio?

Apesar do esforço feito pelos clubes, com os preços incomportáveis praticados actualmente, muito dificilmente apareceram novos valores... A actual crise económica veio agravar ainda mais a situação. Na minha opinião, os cartuchos e os pratos deveriam ficar isentos de impostos.

Onde prefere competir? Em Angola ou fora do país? Porquê?

Prefiro competir fora de angola, em grandes provas mundiais. A evolução de um atleta passa, obrigatoriamente, por competir nos melhores palcos internacionais.

Não é a sua estreia nos Jogos Olímpicos, mas é certamente um grande acontecimento na sua carreira. O que sentiu, quando foi convidado pelo Comité Olímpico Internacional, para participar nos Jogos este ano?

Fiquei muito satisfeito. Foi o reconhecimentos das minhas prestações desportivas, no estrangeiro. Consegui por três vezes os mínimos olímpicos, em três provas diferentes. Penso que foi muito merecido.

Quais são as suas expectativas para o Rio2016?

Quero fazer médias olímpicas, justificando assim a minha chamada, e dignificando o tiro em Angola.

Qual o seu maior objectivo como praticante da modalidade?

Como praticante de tiro ao alvo, pretendo ver um dia Angola tornar-se uma potência em África, na modalidade.

Por último, há alguma história, durante as competições que queira partilhar?

Sim. Aconteceu uma vez, em que um atirador estava tão nervoso que, após efectuar os disparos, guardou os cartuchos vazios e jogou para o chão a espingarda! (risos)

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