Ver Angola

Desporto

Paixão Afonso: “Quisemos desistir, mas o que estava em causa era a honra, o nome do nosso país”

Poucas semanas passavam do início do ano e já a dupla Matias Moutinho/Paixão Afonso tinha agarrado com unhas e dentes a qualificação para os Jogos Olímpicos. O vento e a água gelada da Cidade do Cabo não ajudaram. Paixão Afonso não mente: a ideia de desistir esteve bem presente ao longo da prova. A bandeira que levavam ao peito não os deixou parar o barco. As condições continuam a não ser as melhores, faltaram apoios para um estágio. Mesmo assim, o atleta do Clube Naval de Luanda não esconde a alegria que é representar Angola no maior evento desportivo do mundo: “Não há explicação”.

:

Quem é o Paixão Afonso? Onde nasceu, onde cresceu…

Paixão Afonso é um jovem calmo e simpático. Nasci no município do  Sambizanga, na rua do Kudissaga, e cresci na Ilha de Luanda, na Rua da Vaidade.

A vela é uma paixão antiga que se mantem acesa até aos dias de hoje?                                   

As paixões antigas que se mantêm até aos dias de hoje são a vela e o futebol. Já fui jogador no Progresso do Sambizanga.

Os barcos são a sua única ocupação ou há outra profissão na sua vida?

Para além do barco a vela também dou treinos e sou chefe dos materiais de todos os barcos.

É possível viver unicamente do desporto em Angola? Tem apoios?

Não é possível viver unicamente do desporto em Angola. Tenho apoio sim, do Clube Naval de Luanda, sou bolseiro e sou chefe dos materiais, como referi antes.

Pode explicar-nos a que modalidade de vela é que se dedica?

Dedico-me à Classe 470.

Qual a sua rotina de treinos? Exige um esforço muito grande da sua parte?

A minha rotina de  treino tem sido muito dura. Mesmo com as dificuldades que vivemos como atletas, faço sempre 30 minutos de corrida e muitas horas no mar, de Terça a Sexta-feira.

Conte-nos como foi o processo da muito desejada qualificação para os Jogos Olímpicos.

O processo de apuramento para os jogos foi muito duro, com muito vento, água muito fria… Houve momentos em que estávamos para desistir, mas o que estava em causa era a honra, o nome do nosso país, e fiquei muito alegre quando fui ver a classificação para os jogos.

Como se sente ao ter esta oportunidade? É uma num milhão, como se costuma dizer?

Estou feliz até agora porque é um sonho realizado. Sinto-me muito mas muito feliz ao ter esta oportunidade jamais vivida. Este é o melhor evento de desporto a nível mundial.

Quais são as expectativas para o Rio 2016? Vai trazer uma medalha para Angola?

As expectativas para o Rio são poucas porque não tivemos um estágio. Neste campeonato vou mostrar o meu trabalho, mas não prometo nada porque é mesmo muito complicado dizer que vou trazer uma medalha. Vamos deixar as coisas acontecer.

Estes serão os seus primeiros jogos olímpicos. O que é que significa para si representar o nosso país num evento desta escala?

Vai ser uma alegria enorme representar o meu país no maior evento do mundo. Não há explicação.

A comitiva angolana de desportos náuticos tem hipóteses nas medalhas? Quem destaca?

É muito complicado dizer que sim porque vamos competir com os melhores de cada país. Mas só o facto de sermos o melhor do nosso país, pode existir a hipótese de levarmos uma medalha. O destaque terá que ir para os atletas que tiveram todo apoio, como estagiar para preparação para os jogos.

Galeria

Permita anúncios no nosso site

×

Parece que está a utilizar um bloqueador de anúncios
Utilizamos a publicidade para podermos oferecer-lhe notícias diariamente.