A informação consta do mais recente Relatório e Contas da Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola (Sonangol), que até agora não tinha sido divulgado e ao qual a agência Lusa teve acesso, indicando que a petrolífera, com as suas 10.534.115.358 de acções, tinha a 31 de Dezembro, ao "justo valor de mercado" uma participação no banco português equivalente a 567,4 milhões de dólares.
Além do Millennium BCP, em Portugal, a Sonangol detinha no final de 2015 participações, "ao abrigo do mandato governamental", no Banco Económico (39,40 por cento de quota), que resultou da transformação do Banco Espírito Santo Angola (BESA), Banco de Comércio e Indústria (1,10 por cento), Banco Angolano de Investimento (8,50 por cento), Banco Caixa Geral Angola (25 por cento), Banco Privado Atlântico Europa (20 por cento) e Banco Millennium Angola (29,90 por cento).
Em concreto sobre o Banco Económico, que com a liquidação do BESA devido ao volume de crédito malparado detectado em 2014 e à intervenção estatal no BES português levou à entrada directa e financiamento do grupo petrolífero estatal, a Sonangol refere que à data de 31 de Dezembro o investimento naquela instituição bancária estava "valorizado ao custo histórico, uma vez que decorre e que se espera concluído ainda em 2016 o processo de intervenção do Banco Nacional de Angola".
"Este processo consiste na separação de activos, dos quais serão titulados pelo Banco Económico apenas aqueles com alta capacidade de geração de rendimentos. Simultaneamente serão emitidos Títulos do Tesouro Nacional que concluirão a operação de recapitalização iniciada em Outubro de 2014", lê-se no documento.
A posição da Sonangol no Banco Económico equivalia a 171,1 milhões de dólares no final do ano, enquanto na Caixa Geral Angola, detido maioritariamente pelo grupo estatal português Caixa Geral de Depósitos, ascendia a 34 milhões de dólares e a 32,1 milhões de dólares no Millennium Angola, que já este ano avançou para a fusão com o Atlântico.