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Portugal propõe Agenda Bilateral Renovada na Agricultura

O ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural português, Luís Capoulas Santos, propôs esta Terça-feira, em Luanda, o lançamento de uma Agenda Bilateral Renovada com Angola, para fomentar o desenvolvimento dos sectores agrícola e agro-industrial.

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O governante português, que está de visita ao país, discursava na sessão de abertura do seminário "Angola e o investimento agrícola", promovido pelo banco BIC e ainda com a participação de empresários portugueses e angolanos dos sectores agrícola e pecuário.

"Há males que vêm por bem. A nossa crise, como a crise em Portugal, obriga-nos a engenho e arte, e daqui a cinco anos Angola vai ter uma agricultura totalmente diferente", realçou o presidente do BIC, Fernando Teles.

Já Luís Capoulas Santos recordou que a agricultura é um "sector determinante" para as economias dos dois países, com "interesses complementares".

Apesar da crise, devido à quebra nas receitas petrolíferas, que por sua vez está a levar o Governo a incentivar a aposta da produção agrícola e agro-industrial, Angola foi o terceiro principal mercado destas exportações para Portugal. Além disso, várias empresas portuguesas têm "fortes investimentos" em Angola na produção agrícola e pecuária, sublinhou o ministro Capoulas Santos.

"Esta complementaridade traduz-se em produções que, no essencial, não concorrem ente elas. Temos assim uma excelente oportunidade para lançar uma Agenda Bilateral Renovada entre os dois países, com vista ao desenvolvimento sustentável dos sectores agrícola e agro-industrial, em que eu próprio e o Governo português estamos firmemente empenhados", enfatizou o ministro português.

A proposta, disse ainda, assenta em "três pilares fundamentais" de desenvolvimento, como o estabelecimento de parcerias que contribuam para "elevar o grau de auto-abastecimento do sector agro-industrial angolano", nomeadamente com "estímulos e incentivos" ao reforço da produtividade e diversificação agrícola.

Passa ainda, explicou Capoulas Santos, pela "aposta no conhecimento e na sua transferência ao longo da cadeia agro-alimentar", nomeadamente com "projectos de cooperação científica e técnica", bem como na formação de quadros, "de preferência com recurso a financiamento europeu", além do apoio português à investigação agrária.

Por último, o Governo português propõe o reforço do comércio bilateral e enquanto Estado-membro da União Europeia está "disponível" para "expandir as exportações angolanas" agro-alimentares resultantes das parcerias a estabelecer entre empresários portugueses e angolanos.

"A Agenda Bilateral Renovada que se propõe deve ter em conta uma agricultura de cariz industrial e competitiva, que permita um salto qualitativo, mas também tendo em conta a pequena agricultura, do tipo familiar, fixando as populações nos seus territórios", assumiu ainda Capoulas Santos, que convidou o homólogo angolano, Afonso Pedro Canga, a visitar Lisboa.

"Portugal, pelo seu desenvolvimento tecnológico, científico e experiências, tem muita coisa a dar-nos, e Angola, pelas suas potencialidades, tem evidentemente algo a fornecer a Portugal", disse o ministro da Agricultura e do Desenvolvimento Rural, Afonso Pedro Canga.

Ao intervir na sessão de abertura do fórum, o governante garantiu que o país tem políticas que "garantem segurança" aos investidores e que a aposta principal neste momento passa por aumentar a produção para garantir as necessidades internas e fomentar a exportação.

"Os empresários angolanos são muito activos, conseguem transformar as dificuldades em oportunidade, acredito também que o são os empresários portugueses", disse Afonso Pedro Canga.

Os empresários já instalados em Angola queixaram-se durante o seminário da falta de electricidade e de uma rede viária para escoar a produção das grandes fazendas, bem como do custo dos combustíveis no país.

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