“Uma alegria muito grande”, foi assim que o jornalista, escritor e editor nascido no Huambo caracterizou a vitória, ao jornal português Público. Este que é o maior prémio literário para uma obra de ficção publicada em inglês, foi atribuído à edição inglesa do romance “Teoria Geral do Esquecimento”. "Uma alegria por haver muito bons livros em competição, porque a atribuição é decidida pelas bibliotecas públicas, o que me parece excelente, e porque é uma forma de dar visibilidade a culturas periféricas, já que as obras escolhidas não têm de ser escritas originalmente em língua inglesa, apenas publicadas em inglês”, referiu ainda o autor.
O prémio, criado em 1996, vale 100 mil euros, montante dividido entre o autor (que recebe 75 mil euros) e o tradutor (25 mil euros). “Este é também um prémio para a tradução, e essa distinção pode ser uma forma de haver mais literatura traduzida nos países anglo-saxónicos”, afirmou o escritor.
O tradutor, Daniel Hahn, tinha já assefurado a passagem para inglês de outras obras do autor como “O Livro dos Camaleões”, “As Mulheres do Meu Pai”, “Estação das Chuvas” e “Nação Crioula”. Deverá ser também ele a traduzir o seu mais recente romance – “A Sociedade dos Sonhadores Involuntários”, já editado em Portugal. “Ele criou uma voz própria a partir da minha. Tive uma sorte imensa em ter o Daniel”, confessou ainda o autor ao Público.
Esta é a primeira vez que o prémio elege um livro originalmente escrito em português, e a nona vez que distingue uma tradução. “A General Theory of Oblivion” concorreu contra obras de Mia Couto, Orhan Pamuk (Nobel da Literatura) ou Anne Enright (Man Booker Prize em 2007).