Os dados constam do anuário do comércio externo de 2016, elaborado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), agora divulgado e ao qual a Lusa teve acesso, indicando que em todo o ano as vendas de crude ao exterior ascenderam a 4,466 biliões de kwanzas, um aumento homólogo de 17 por cento.
O país continua desta forma fortemente dependente das receitas com a exportação de petróleo, apesar do crescimento que o sector agrícola tem registado. De 2015 para 2016, as exportações de produtos agrícolas aumentaram 44,79 por cento, mas não passaram dos 17.858 milhões de kwanzas, equivalente a uma quota de 0,37% do total.
Em Maio de 2016 foi exportado um lote de 17 toneladas de bananas de Angola, a partir do porto do Lobito, para Portugal, mais de 40 anos após a última venda desta fruta para a Europa. A banana foi proveniente da tradicional região do Culango, da fazenda agro-industrial Bacilin, província de Benguela, e foi embarcada ainda verde, após garantida a certificação pelos dois países.
Trata-se de um principais produtos de aposta para exportação, nomeadamente a originária das províncias do Bengo e de Benguela, que já é exportada para a República Democrática do Congo, e trocas comerciais reforçadas já em 2017, com outros produtores a venderam para a Europa.
No plano inverso, e apesar das conhecidas potencialidades agrícolas, 10,44 por cento do volume de importações angolanas foram de produtos agrícolas, no valor de 211.270 milhões de kwanzas, uma quebra de 4,32 por cento face a 2015.
Apesar de ter sido o maior produtor de petróleo em África durante o ano de 2016, com cerca de 1,7 milhões de barris por dia, a reduzida capacidade de refinação de Angola obrigou à importação de 121.821 milhões de kwanzas, um peso de 6 por cento do total das compras angolanas ao exterior, representando, ainda assim, uma quebra de 26,85 por cento face ao total do ano de 2015.
A importação de produtos alimentares desceu 22,89 por cento em 2016, para 103.644 milhões de kwanzas, equivalente a 5,12 por cento do total.
Globalmente, as exportações aumentaram 18,76 por cento em 2016, para um volume de negócios total de 4,803 milhões de kwanzas, enquanto as importações caíram 22,37 por cento, para 2,024 milhões de kwanzas.
Em 2016, a balança comercial, incluindo ainda reimportações e reexportações, registou um saldo positivo de 2,779 milhões de kwanzas, praticamente o dobro face ao resultado de 2015.
