Em causa está uma remessa de 25.000 toneladas de fertilizantes compostos que o Governo negociou directamente com aquele país africano e que chegou hoje ao porto de Luanda, indicou à Lusa fonte do ministério liderado por Marcos Alexandre Nhunga.
O fornecimento, segundo a mesma informação, prevê a entrega de fertilizantes a Angola a preços mais baixos do que os valores praticados actualmente no país, que se explicam com as dificuldades de importação por falta de divisas.
A execução deste acordo, no domínio da produção e exportação de fertilizantes, resulta da visita que o ministro da Agricultura realizou a Marrocos, no final de Março, para "analisar e discutir" um entendimento com as autoridades locais e com o Grupo Marroquino de Fosfatos (OCP).
Devido à crise, um saco de fertilizantes já chegou a custar em Angola, nos últimos meses, cerca de 200 dólares, quando na origem ronda os 15 dólares, o que levou o Governo angolano a aprovar a Estratégia para o Aumento da Oferta de Fertilizantes no país, em reunião conjunta das comissões Económica e para a Economia Real, em 23 de Fevereiro passado.
Em aberto, além do fornecimento de fertilizantes, está a possibilidade de instalação em Angola de uma fábrica, através de investimento marroquino.
Os agricultores nacionais têm vindo a lamentar as dificuldades no acesso a adubo, exclusivamente de importação, devido à falta de divisas, o que obrigou à intervenção do Governo, no segundo semestre de 2016, apoiando a importação de 25.000 toneladas.
Dados de Julho último do Ministério da Agricultura apontavam para a necessidade de importação de 70.000 toneladas de adubos entre 2016 e 2017, com o Governo a defender a necessidade de instalação no país de uma indústria nacional de adubos e fertilizantes, tendo em conta o aumento da produção agrícola em perspectiva.