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Câmara de comércio pede facilidades migratórias para investidores chineses

O presidente da Câmara de Comércio Angola/China, Arnaldo Calado, aponta a burocracia como "principal inimigo" do desenvolvimento angolano, lamentando nomeadamente as "dificuldades migratórias" impostas aos investidores chineses.

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O posicionamento do dirigente foi expresso em declarações à Lusa, sublinhando que a burocracia "não se combate com medidas policiais, mas sim políticas". "Há sistemas no próprio país que têm de funcionar sem burocracia e só isso. Se conseguirmos combater a burocracia nesses termos, vamos ter um país fabuloso", apontou.

Segundo Arnaldo Calado, mais de mil empresas chinesas estão a actuar em Angola, sendo que a maior dificuldade desses investidores é a questão migratória. "Eu diria mesmo que a maior dificuldade é política. Porque enquanto não definirmos qual é a nossa prioridade de facto para com os empresários, aquelas pessoas que nos podem fazer bem, vamos ter muita dificuldade. Porque neste momento os chineses têm alguma dificuldade e não podemos esconder isso, têm dificuldades migratórias", disse.

De acordo com o presidente da Câmara de Comércio Angola/China, investidores chineses de grande dimensão permanecem em Angola apenas com vistos temporários, que "de mês em mês têm de ir renovar".

"E nem sequer têm o tratamento que deveriam ter, para um indivíduo que fez investimentos altos", apontou o economista, lamentando igualmente que organismos e instituições angolanas não respeitem prazos para despachar documentos.

"Falta um murro na mesa como se costuma dizer, burocrata sai. Basta ter isso como discurso de Estado que a burocracia acaba num minuto", defendeu.

Arnaldo Calado nega qualquer êxodo da comunidade chinesa no país, lembrando que "eles ajudaram a e continuam a ajudar Angola" e sustentando que a comunidade - à volta de 200.000 pessoas - não é excessiva "como dizem as pessoas de má-fé".

"E mais, os chineses estão nesse número aqui como estão nos Estados Unidos, Japão, Filipinas. Os chineses estão em todo mundo e são consideradas pessoas úteis porque são eles que trazem o que nós precisamos. Nós precisamos apenas que o nosso sistema funcione, se o nosso sistema funcionar bem, eles vão-se inserir de acordo com os nossos interesses", realçou.

O presidente da Câmara de Comércio Angola/China desafia ainda empresários portugueses e angolanos na Europa a investirem em Angola no ramo da avicultura e indústria têxtil, com garantias de "apoio legal e institucional" para inserção no mercado, afirmando que apesar de a instituição privilegiar a China, tem um departamento para outras nacionalidades.

"Vejo por exemplo um negócio que os angolanos querem muito e nós não estamos a conseguir fazer com os chineses: aviários. Muitos angolanos têm aqui terrenos, têm espaços e até mesmo já uma primeira fase de aviários, mas precisam de uma pequena ajuda. Penso que os empresários angolanos que estão na Europa, os empresários portugueses ou europeus poderiam vir ter connosco para investirem nessa área", disse.

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