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Saúde

Associação Nacional dos Deficientes recebe diariamente 50 pedidos de ajuda

Mais de 50 pessoas portadoras de deficiência procuram diariamente por ajuda nas instalações de Luanda da Associação Nacional dos Deficientes Angolanos (ANDA), revelou o seu presidente, Silva Lopes Etiambulo, assumindo estar "preocupado" com a situação.

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Em declarações à agência Lusa, o presidente daquela organização apontou a "incapacidade da instituição" em responder à demanda e fez saber que a busca por uma residência e um emprego lideram a lista as preocupações dos deficientes em Luanda.

"Atendemos diariamente mais de 50 pessoas, umas vêm a empurrar cadeiras de rodas, outras com os seus familiares. A ANDA, nos últimos anos, aparece como uma empresa de atendimento geral para as pessoas com deficiência, já não aparece como uma associação, está como também um departamento ministerial, portanto todos santos dias estamos preocupados para atender as pessoas", desabafou.

A Associação Nacional dos Deficientes Angolanos foi fundada a 1 Fevereiro de 1992 e ganhou estatuto de utilidade pública em 2012.

De acordo com o responsável, a instituição que dirige, com sede em Luanda, controla mais de 49.000 pessoas com deficiência cuja situação "continua ser preocupante", com grande parte destes transformados em "mendigos", pelas ruas da capital.

"Ainda temos muito por fazer, em relação à problemática da pessoa com deficiência em Angola. Muito mais as vítimas civis de minas e aqueles por situação natural, porque os ex-militares têm uma pensão, embora reduzida", disse, aludindo aos apoios estatais aos soldados mutilados da guerra.

"Infelizmente, alguns projectos e meios continuam a ser condicionados, apesar de alguns apoios que vamos recebendo da Fundação Lwini, com cadeiras de rodas e canadianas, e de algumas empresas", sustentou.

Ainda assim, a associação está a por em prática projectos para atendimento, reabilitação física e criação de postos de trabalho para ex-militares deficientes.

O presidente da ANDA disse ainda que a instituição continua a registar casos de discriminação à pessoa com deficiência, com maior enfoque no seio familiar. "Esse também é o nosso trabalho do dia-a-dia. Primeiro, a discriminação surge no seio de alguns familiares que acham que pessoa com deficiência é inútil para sociedade. Daí que preferem levar as pessoas com deficiência na rua, as crianças não são levadas a escola, isso é preocupante e continuamos a mobilizar os familiares para que as pessoas deficiência não troquem a consciência pela deficiência", admitiu.

A par de outras deficiências, Silva Lopes Etiambulo realçou que o número mais elevado que a ANDA atende é de pessoas com deficiência motora.

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