O acordo, ao qual a Lusa teve acesso, envolve o Ministério Federal da Defesa da Alemanha e o Ministério da Defesa Nacional de Angola e visa "aprofundar um diálogo bilateral amplo", garantindo a cooperação entre os dois países em "assuntos militares" e "intercâmbio de informações sobre questões militares" de interesse comum.
Prevê reuniões regulares, a cada dois anos, entre representantes militares de ambos os países e a cooperação temática em áreas como política de defesa, ensino e formação, missões de manutenção de paz, missões humanitárias, missões de busca e salvamento, cuidados médicos ou ainda ao nível da estrutura organizacional da Defesa e Forças Armadas. Permite ainda a participação de militares de ambos os países como observadores em manobras e outros exercícios nacionais.
Este acordo surge na sequência de várias visitas à Alemanha realizadas nos últimos anos pelo ministro da Defesa Nacional, João Lourenço, resultando ainda de uma "declaração comum de intenções" assinada pelos dois governos em 2011.
As marinhas da Alemanha e de Angola realizaram em Fevereiro de 2015, ao largo de Luanda, um exercício naval conjunto que marcou então o alargamento das relações entre os dois países à cooperação militar.
O exercício decorreu da presença de quatro navios da Marinha alemã, nomeadamente três fragatas de guerra, em Angola, no âmbito da Força Operacional e de Formação daquele país europeu visando o combate à pirataria no Atlântico sul.
"A visita desta força [da Alemanha] pode ser vista como o primeiro passo visível na intensificação da cooperação militar entre as nossas duas nações", sublinhou na altura o capitão-de-mar-e-guerra Andreas Seidl, comandante da força alemã.
O oficial esclareceu que a cooperação entre as marinhas de ambos os países está para já centrada na formação de operacionais angolanos, mas que é intenção das duas partes alargar a base desse entendimento à cooperação na área técnica.
Na apresentação dos meios navais em Luanda, o embaixador alemão em Angola, Rainer Müller, assumiu "o orgulho" da Alemanha em ter o nosso país "agora também como parceiro na área da Defesa". "Cabe aos ministérios da Defesa dos dois países decidir, mas a Alemanha está disposta a fazer muita coisa", enfatizou o embaixador da Alemanha em Luanda.