Ver Angola

Comércio

Jejum da Páscoa faz disparar procura por peixe na Ilha de Luanda

A procura por peixe fresco na Ilha de Luanda disparou nos últimos dias, com o chicharro e a pescada entre os mais solicitados, a par da lambula, para os habituais pratos da época pascal na capital angolana.

:

Num período de jejum de carne que milhares de católicos de Luanda ainda cumprem ao pormenor, a Semana Santa fez aumentar as famílias que por estes dias recorrem aos mercados de peixe logo pelas primeiras horas da manhã, quando os pescadores chegam da faina.

Ainda assim, o mau tempo dos últimos dias têm em Luanda, nomeadamente o vento e a chuva, tem condicionado a actividade dos pescadores, fazendo a oferta diminuir e os preços aumentar.

"É verdade, os clientes aqui não faltam, mas infelizmente quando chega já este mês de Abril os barcos pescam pouco devido às fortes ventanias que se fazem no mar. Ainda assim, nessa época o peixe é rentável", Manuel Diogo Raul.

Este pescador conta que a lambula, ou sardinha, estão a ser vendidas, as mais pequenas, a 50 kwanzas cada cinco, porque aparecem em grandes quantidades.

No interior de pequenos barcos artesanais, o chicharro ou a pescada são dos mais requisitados, mas estão agora a rarear.

"Aqui o peixe mais procurado e que dá mesmo para suportar as famílias nesta semana toda tem sido o chicharro e a pescada, que não demoram porque a procura é muita. Depois temos a lambula, que nestes dias continua a sair em grandes quantidades", explicou por seu turno a vendedora Maria Januário.

O negócio do peixe na ilha de Luanda continua a ser rentável, sobretudo na época da Páscoa, como confirma igualmente a vendedora Antónia Maria Filipe, que desde as primeiras horas desta já havia despachado grande parte do peixe capturado durante a noite.

Para a lambula os preços variavam entre os 50 e os 200 kwanzas, em função da quantidade e do tamanho dos peixes capturados, enquanto que cada cinco chicharros podem custar mil kwanzas.

"A procura aumentou, porque nesta semana muita gente não come carne. Mas a maré está mal está a vir pouco peixe", explicou a vendedora, que a meio da manhã já praticamente não tem nada para negociar na sua banca improvisada com tábuas de madeira junto à areia.

A venda de peixe fresco ao longo de quilómetros de praia na ilha de Luanda ainda é hoje uma forma de vida e de sustento para centenas de famílias, entre pescadores e vendedoras.

Permita anúncios no nosso site

×

Parece que está a utilizar um bloqueador de anúncios
Utilizamos a publicidade para podermos oferecer-lhe notícias diariamente.