A decisão consta de uma autorização presidencial, a que a Lusa teve hoje acesso, em que é aprovada a contratação dos suíços da Creative Power Solutions para a realização de "estudos e serviços necessários para a fiabilidade e segurança do sistema de transmissão Norte-Centro interligado".
Em causa está uma ligação em alta tensão, de 400 KV, entre Laúca (norte), Waku Kungo e Belém de Dango (Huambo, planalto central), tendo em conta a entrada em operação, ainda este ano, "das grandes centrais eléctricas", casos da central hidroeléctrica de Cambambe (Cuanza Sul), central de ciclo combinado (gás natural) do Soyo (Zaire) e a central hidroelétrica de Laúca (Malanje).
Só estas três obras públicas, em fase final de construção, custaram mais de 5,5 mil milhões de euros e vão gerar à volta de 4000 MegaWatts (MW) de electricidade, a partir daquelas três províncias a norte, com interligação para o centro, através da nova linha de alta tensão.
Com um forte défice de produção de electricidade, face às necessidades, o que leva a constantes constrangimentos no fornecimento, o nosso país encara ainda a inexistência de redes para abastecer as zonas mais rurais, precisamente as abrangidas por estas pequenas centrais.
O censo realizado em 2014 concluiu que o acesso à rede de electricidade era apenas garantido a 1,7 milhões de casas (31,9 por cento), quase exclusivamente em zonas urbanas, já que na área rural apenas 48.173 agregados familiares são servidos.
O estudo identificou que as lanternas são a segundo principal fonte de iluminação e servem 31,6 por cento da população. Seguem-se em alternativa os candeeiros (14,3 por cento) e os geradores (9,3 por cento).
