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Opinião A opinião de...

Desbravando um futuro melhor em Cabinda

José Filomeno dos Santos

José Filomeno de Sousa dos Santos desempenha a função de PCA do Fundo Soberano de Angola (FSDEA).

O Porto do Caio tem um potencial social e económico estratégico por ser um novo acesso para o investimento em África.

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Todas as nações do mundo pretendem melhorar o desenvolvimento social e económico dos seus povos. Uma das formas de o fazer é atraindo investimentos privados, o que não pode acontecer sem serviços logísticos de alta qualidade.

Construir infra-estrutura como um porto é um passo fundamental no sentido de não só conseguir investimento do sector privado, mas também de criar empregos e oportunidades para milhares de pessoas poderem construir um futuro melhor para si mesmos e para suas famílias.

Reconhecendo o potencial que os grandes projectos de infra-estruturas têm na economia doméstica, o fundo de private equity do FSDEA dedicou um investimento de $180 milhões na Caio Porto SA, a concessionária do porto de águas profundas da província de Cabinda. Este projecto de longo-prazo oferece grandes ganhos socioeconómicos e sustentáveis para os angolanos, que se traduzem em novas oportunidades de emprego e negócios para a população de Cabinda.

No âmbito do seu programa de diversificação da economia, o Executivo angolano decidiu mobilizar capital privado para participar no financiamento deste novo porto. Esta parceria público-privada (PPP) é a primeira do género em Angola. 

Este projecto redefinirá o comércio em Angola e na região, porque criará um novo portal de acesso ao continente. Apoiado por ligações ferroviárias e rodoviárias, o Porto do Caio é um desenvolvimento estratégico que liga o mundo à região com maior crescimento económico e demográfico do planeta. Este investimento detém potencial exclusivo para tornar a província de Cabinda num dos centros de negócio mais importantes da África.

Localizado 9 km a norte de Cabinda, na região do Caio, o projecto inicia com o desenvolvimento de uma área de aproximadamente 100 hectares, que incluirá a infraestrutura da marina, instalações dos terminais, unidades de armazenamento industrial, escritórios e logística. A construção destas instalações criará mais de 1.000 postos de trabalho a curto-prazo, sem contar com os empregos que vêm sendo gerados ao longo da construção. Mas, a verdadeira compensação virá a médio e longo prazo, e tem o potencial real de induzir a criação de 20.000 novos postos de trabalho.

No Dubai, o Jebel Ali Port, é um exemplo de como um porto pode transformar uma sociedade e exercer um grande impacto social. Actualmente, o Jebel Ali é um dos centros de transacções comerciais mais importante do mundo, sendo ao mesmo tempo a maior zona económica empresarial, com sede de milhares empresas e aproximadamente dez mil de funcionários. O seu rendimento em 2015 aproximou-se dos 4 biliões de USD.

Este tipo de investimentos cria cadeias completas de abastecimento logístico. As pequenas e médias empresas poderão prestar serviços às novas companhias estabelecidas na zona franca do centro logístico do Porto do Caio, criando novas indústrias e uma série de oportunidades de emprego.

Este é um começo bastante interessante para Angola, e principalmente para a população de Cabinda, que deverá ser a principal beneficiária de um dos desenvolvimentos socioeconómicos mais fascinantes do país neste momento.

Em Angola, a redução da pobreza e melhoria das condições de vida tem sido alcançada através do desenvolvimento das infra-estruturas nacionais. Milhares de milhões de dólares são investidos em hospitais, escolas, energia eléctrica, infra-estruturas aéreas, ferroviárias e rodoviárias. A construção de um porto de águas profundas é mais um passo fundamental na direcção certa para o país.

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