"Face aos resultados preliminares do Planageo [Plano Nacional de Geologia] o executivo iniciou uma campanha de atracção de investidores de classe mundial. Estamos esperançados de que no médio prazo, esses investidores proporcionem um impacto positivo na alteração da base económica do país", anunciou em Luanda, o ministro da Geologia e Minas.
Francisco Queiroz fez o anúncio ao discursar na cerimónia de proclamação da Associação de Empresas Angolanas de Geociências e de Suporte da Actividade Petrolífera, em que deu a conhecer igualmente que centenas de alvos magnéticos e radiométricos "prioritários" constam dos dados preliminares do levantamento aéreo e geofísico no âmbito do Planageo.
"As anomalias magnéticas detectadas pelo Planageo evidenciam sinais favoráveis de prospecção de minerais metálicos e não-metálicos tais como ferro, diamante, cobre, manganês, titânio, zinco, chumbo, alumínio e ainda minerais radioactivos como columbita, zirconita, pirocloro, uraninite e fosfatos", disse.
O governante revelou igualmente que o Plano Nacional de Geologia de Angola confirmou a existência do complexo gabro-anortosítico (rochas ornamentais) na província do Cunene com uma extensão total de 45.000 quilómetros quadrados, abrangendo a província da Huíla estendendo-se para o território da Namíbia, considerado o maior do género em todo o mundo.
Na fase conclusiva do levantamento aéreo geofísico referiu, foi revelada uma zona metalífera de "grande interesse" que resulta da extensão da zona do ‘Copperbelt' da Zâmbia e da República Democrática do Congo, estimando-se a área angolana tenha cerca de 116.000 quilómetros quadrados, com potencial de extracção de cobre.
"Essas descobertas constituem um grande desafio para a associação de empresas angolanas de geociências e de suporte a actividade petrolífera, pois o conhecimento do potencial geológico e mineiro do território nacional é uma ferramenta de grande utilidade para os empresários das geociências e afins desenvolverem o seu papel na cadeia da exploração mineira em Angola", exortou o governante.
Segundo Francisco Queiroz, fundos de investimento mineiro deverão igualmente ser criados com vista a uma participação activa de empresários angolanos no investimento mineiro, envolvendo também parcerias com investidores estrangeiros.
A execução do Planageo envolve um investimento global de 40,5 mil milhões de kwanzas. O consórcio formado pela Impulso Industrial Alternativo, Instituto Geológico e Mineiro de Espanha e o Laboratório Nacional de Energia e Geologia de Portugal é responsável pela pesquisa para determinar o potencial mineiro da região sul e sudeste, que abrange as províncias do Namibe, Huíla, Cunene, Benguela, Huambo, Bié, parte do Cuando Cubango e parte do Cuanza Sul, numa extensão territorial de quase 470 mil quilómetros.
