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Hidroponia: a “agricultura do futuro” estreia-se em Angola com projecto pioneiro

É jurista, com provas dadas ao país na área do direito. Trocou os tribunais pela agricultura no seu mais recente projecto, na luta pela tão necessária diversificação económica. Cremildo Paca uniu forças com investidores portugueses do grupo Kibabo para juntos assinarem um projecto agrícola inovador, o primeiro Pólo de Hidroponia de Angola, que vai operar no recém-criado Parque Agrícola do Kikuxi.

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Caso de sucesso em vários países do mundo, a hidroponia é uma técnica de cultivo de plantas através da água e sem recurso ao solo. A estreia desta solução em Angola faz-se assim pelas mãos da Hidrobem, empresa criada pelos investidores com o objectivo de operacionalizar no mercado interno todo o processo de criação e execução da prática do negócio.

De acordo com um comunicado remetido ao VerAngola, os principais objectivos passam pela contribuição para o fomento do agro-negócio bem como pela diminuição da importação de produtos agrícolas.

A escolha do sistema não se prende exclusivamente por ser um sucesso internacional, mas tendo em conta um estudo de mercado realizado ao sector agrícola angolano. De acordo com a empresa, a hidroponia poderá colmatar uma boa parte dos riscos de um investimento agrícola, pois com pequenas unidades de exploração, sem elevados requisitos de know-how, é possível a produção de quantidades consideráveis de um produto de alta qualidade/durabilidade, numa relação de proximidade com o cliente.

Outra das vantagens é a produção junto dos grandes centros urbanos e não dependência do solo para a mesma. “Permite produzir um produto com mais qualidade e sem pesticidas, porque cresce num ambiente controlado o que reduz drasticamente a exposição às pragas e doenças”, explicam ainda. É ainda possível escolher o tipo de produção independentemente da altura do ano, já que as condições climatéricas não são influência directa.

O primeiro Polo de Hidroponia de Angola nasce após um investimento de 160 milhões de kwanzas. A primeira fase do investimento foi implantada numa propriedade de dois hectares, com uma exploração de 2000 metros quadrados de estufas. Até ao final de 2017 a empresa pretende avançar com a segunda fase, expandindo o projecto para um hectare de exploração, para além de um centro de formação e de uma agro-indústria de processamento.

No arranque da exploração, a 22 de Março, a Hidrobem já estará a produzir tomate, alface, salsa, manjericão, camomila, coentros, hortelã, agrião e cebolinho. Seguir-se-ão rúcula, poejo, orégãos, pimento, pepino e phizális.

“A hidroponia é a agricultura do futuro, com provas de sucesso a nível internacional daí a nossa aposta no apoio que queremos dar ao Estado no fomento à produção nacional”, refere Cremildo Paca. “O grupo vai criar condições para que os jovens empresários se possam dedicar-se ao agronegócio. Vamos mostrar-lhes o potencial deste negócio, vamos ensiná-los, vamos dar-lhes as ferramentas necessárias e vamos ajudá-los a construir o seu futuro, estando ao lado deles para os apoiar no que precisarem, dando-lhes uma formação continua para a área da agricultura, ajudando-os a colocar o seu produto no mercado e incutindo-lhes o verdadeiro espírito de empresários”, acrescenta.

A inauguração do projecto está marcada para a próxima Quarta-feira, 22 de Março. Marcarão presença o ministro da Agricultura, Marcos Nhunga, vários organismos públicos do sector e stakeholders do mercado angolano.

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