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“Crise” foi a Palavra do Ano para os angolanos na estreia da iniciativa no país

"Crise" foi escolhida pelos angolanos como "Palavra do Ano" em 2016, no âmbito da iniciativa do grupo Porto Editora, que se realizou pela primeira vez no nosso país, tendo também a língua nacional quimbundo em destaque.

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Os resultados da votação online, que decorreu entre 1 e 31 de Dezembro, foram revelados esta Quarta-feira, em Luanda, pela Plural Editores Angola, do grupo Porto Editora.

A concurso estiveram outras nove palavras, tendo "crise" vencido com 31 por cento dos votos. "A palavra ‘crise' marcou o ano de 2016 pela crise económica e financeira que o país atravessa, agravada pela baixa do preço do petróleo no mercado internacional", recordou a editora.

A 4 de Maio, em Luanda, no lançamento da iniciativa, que já se realiza anualmente em Portugal e que em 2016 foi alargada a Angola e Moçambique, Paulo Machado Ribeiro, director-geral da Plural Editores Angola, antevia esta possibilidade.

"A palavra 'crise' é uma forte candidata sem dúvida alguma. Ainda faltam muitos meses até ao final do ano, mas desde já é a palavra que mais nos surge na cabeça", disse então o responsável da empresa, do grupo Porto Editora.

"Candando" foi a segunda palavra mais escolhida, com 22 por cento dos votos. Trata-se de uma palavra cuja origem é da língua nacional quimbundo "kandandu", que significa abraço, cuja grafia (Candando) foi adoptada para designar a nova cadeia de hipermercados que a empresária angolana Isabel dos Santos lançou em 2016.

"Kixiquila" foi a terceira palavra mais votada, com 12 por cento. Também se trata de um termo com origem na língua nacional quimbundo, no caso "kixikila", que significa "assentar", numa alusão ao registo dos valores. Na prática, a kixiquila é hoje em dia uma forma de poupança a que muitos angolanos passaram a recorrer devido à crise. Juntam-se em grupos de amigos, colegas de trabalho ou vizinhos, descontando todos os meses uma parte do salário para uma espécie de cooperativa informal, que distribui mensalmente o "bolo" reunido por cada um dos participantes.

A Plural Editores está presente em Angola há cerca de dez anos e actua sobretudo na área da Educação, contando com mais de uma centena de títulos editados exclusivamente para o mercado nacional, que representa 25 por cento das vendas totais do grupo. A empresa editou em 2015 um conjunto de 26 títulos em Angola.

De acordo com o grupo português, o objectivo da iniciativa "Palavra do Ano" é evidenciar a riqueza e o dinamismo criativo da língua portuguesa, chamando a atenção para a importância que as palavras têm no quotidiano.

Esta iniciativa realiza-se desde 2009 em Portugal, promovida pelo grupo Porto Editora, que já completou 72 anos.

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