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Iraque quer Sonangol a retomar poços de petróleo no país com saída dos jihadistas

O ministro do Petróleo iraquiano, Jabbar al-Luaibi, pediu à petrolífera Sonangol para retomar a operação nos campos petrolíferos que detém a sul de Mossul, que deixaram de estar sob controlo do grupo jihadista Estado Islâmico (EI).

AFP:

Em causa estão os campos Qayyarah e Najmah, que voltaram ao controlo iraquiano em 2016, mas cujos poços de produção estiveram em chamas depois do recuo do EI.

Durante uma reunião com o administrador-executivo da Sonangol Edson dos Santos, o ministro Jabbar al-Luaibi pediu à petrolífera estatal para "retomar o desenvolvimento nos campos de Qayyarah e Najmah, na província de Nineveh", segundo um comunicado daquele Ministério, citado pelas agências internacionais.

De acordo com informação do governo iraquiano, a actividade em dois poços pode ser retomada no final de Fevereiro, mas nove outros poços ainda estão em chamas, depois de terem sido colocados a arder pelo EI, durante o abandono.

A Lusa noticiou em Junho de 2015 que o Estado, através da Sonangol, podia estar em risco de perder cerca de 300 milhões de dólares investidos na actividade da petrolífera no Iraque, conforme autoria independente às contas da estatal.

Segundo o relatório da Ernest & Young às contas da Sonangol de 2014, o grupo do sector petrolífero tem actividade naquele país do Médio Oriente, mas face ao "contexto de insegurança existente nos referidos campos", as operações foram suspensas e a administração decidiu desinvestir na operação.

De acordo com o auditor independente, no documento a que a Lusa teve acesso, em causa está um investimento global de quase 38 mil milhões de kwazas, "relativos a gastos com bónus de assinatura, prémios de adjudicação e custos de exploração e avaliação" em campos detidos no Iraque.

A Sonangol tem licenças para explorar os campos de petróleo Najmah e Qayara desde 2009, mas a insegurança nessas áreas, devido à actividade de grupos armados, afectaram esses investimentos.

A "expectativa" da Sonangol passa por "recuperar o referido investimento através da venda do interesse participativo detido", refere o relatório da Ernest & Young de 2015.

"Presentemente, não temos qualquer evidência que suporte a existência de negociações com potenciais interessados, pelo que, não estamos em condições de concluir quanto à recuperabilidade do montante acima referido", concluíam então os auditores.

A petrolífera anunciou em Fevereiro de 2014 que estava a preparar o fim das suas operações no Iraque devido à insegurança no país, tendo a administração explicado, em conferência de imprensa que, "internamente já está decidido" a saída do país.

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